23.5.07

Suando a Batina...tudo culpa de Weber!?


Muito me impressiona, e é tema de assunto em diversos dos meus clientes o fato da transferência de responsabilidades do Estado Brasileiro para a iniciativa privada. Fato esse notório e percebido cada vez mais pelos empresários, que são por diversas vezes enxotados pelos sindicatos remanescentes num Brasil cada vez mais contemporâneo. O que não tinha percebido ainda é uma certa relação entre religião e as mudanças recentes no cenário principalmente sócio-econômico.

Cresci numa sociedade totalmente dominada pelo cunho católico de culpa, de trabalho mundano e crença em uma vida melhor que só é alcançável no pós vida! E parei pra pensar neste momento bem recente da visita de Bento XV aqui no Brasil. Interessante notar o crescimento das religiões não tradicionais por aqui. Cada vez mais as massas estão mais presentes nas populações mais pobres, no entanto, segundo dados de uma pesquisa da FGV (www.fgv.br/cps), por exemplo, hoje haveria 17,9 vezes mais pastores evangélicos por fiel do que padres por católicos.

Lembro das aulas de história quando estudamos Max Weber e seu “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. Somente agora entendo que até aquele momento era bastante difícil conceber o crescimento da riqueza e o enriquecimento através do ganho de capital; e ainda mais atrativo é entender que nos últimos tempos, com a melhora do poder aquisitivo do brasileiro e uma certa estagnação da economia, os cidadãos brasileiros a medida que ganham mais dinheiro, e conquistando um pouco mais de liberdade, estão se permitindo “comer bem” em troca de “dormir sossegado”. Assistimos de uma forma geral, o crescimento do setor de serviços como o requinte da gastronomia de uma mesa mais farta nas classes C, D e E, e cada vez mais o surgimento de restaurantes. Até mesmo no Nordeste (berço do catolicismo brasileiro), com o advento de programas assistencialistas Bento XV e sua turma estão tendo que suar a batina para manter suas posições nesse jogo de xadrez. É mesmo melhor para o Estado que seus cidadãos trabalhem e façam suas poupanças aumentarem do que esperar a ajuda divina para ter uma vida mediana. Como diz Marcelo Côrtes Neri “enquanto em Weber o protestantismo tradicional liberou o cidadão comum cristão da culpa católica de acumulação privada de capital, aqui os movimentos religiosos emergentes liberaram a acumulação privada de capital através da Igreja.”

Toda essa nova mudança no contexto brasileiro, em específico, talvez explique a demanda por novas religiões e choques econômicos e sociais adversos, como a chamadas crises metropolitanas e de desemprego, violência e favelização, informalização, etc. Evidenciando a emergência de grupos pentecostais e também dos sem-religião. Segundo a mesma pesquisa a nova pobreza estaria migrando do catolicismo para dois extremos: os pentecostais e para os sem-religião.

Ainda destaco uma outra realidade, agora feminina. É fato que as mulheres continuam mais religiosas que os homens, e mais católicas também. No entanto este percentual caiu muito e boa parte desta movimentação se explica pelas alterações no estilo de vida feminino cada vez mais dinâmico, voltado para o trabalho, o aperfeiçoamento acadêmico e cultural, suas demandas psíquicas em temas como aborto e contracepção por exemplo e que não encontram alicerce na doutrina católica. Enquanto os homens abandonaram as crenças, as mulheres preservam a fé apenas trocando de crença.

OUVINDO: Sensation White – Megamix 2004

PERSONA: …

PENSANDO: “Será que os tais sete pecados capitais têm a ver com a proibição das alegrias? No que diz respeito à gula e a luxúria, certamente.” – Danuza Leão – Os Sete Pecados Capitais

14.5.07

O Contrato Social aditivado!


Meu compromisso é essencial comigo principalmente! Ontem mesmo ouvi um amigo falando para outro conhecido uma frase extremamente importante a respeito daquela busca incessante de todos nós pelo par perfeito, do conhecer e do beijar. “ Querido, seu principal caso de amor precisa e será sempre o de você com você mesmo!”. Achei divino e sublime. Um tanto óbvio, claro…porém com uma colocação fabulosa, com um roteiro e cenário perfeitos! As vezes a gente precisa ouvir essas coisas!


E por falar em óbvio, assisti neste final de semana (depois de muito relutar) HappYness Pursuit! Sabe aqueles temas pedantes e um tanto óbvios? Onde o mocinho paga o pão que o diabo, Maria Madalena, o exército israelense e o irlandes, e aquele seu pior inimigo pisotearam? Sim, mais um episódio do sucesso pelo esforço extremo, mais uma exaltação do sofrimento e do sucesso. Woody Allen fez tão bem em Match Point ao abordar a sorte até certo ponto, e com Will Smith, muito bem no papel do mocinho e seu verdadeiro filho como seu filho, as coisas são mais apelativas. Um final de semana tão feliz, e com pitadas de sofrimento…na sequência engatei Torres Gêmeas, aqui com Nicolas Cage, passam quase todo o filme enterrados, recebem a visita de um Jesus Christ Superstar segurando uma garrafa de água potável (até achei que era um filme sobre o futuro problema ambiental do Planeta Terra), e daí nem preciso dizer o final né!


Bem, o fato é que depois de tanta exaltação ao sofrimento e aos coitadinhos, lembrei de um artigo que tinha guardado aqui e que comento com vocês. Na verdade fiquei pensando em como os americanos gostam dessa coisa de sofrimento e premiação com um sucesso heróico. Já comentei aqui sobre as diferenças sociais e econômicas ocasionadas pelas diferentes formas de colonização nas Américas. As culturas exploratórias nas colônias espanholas e portuguesas e a de povoamento da América do Norte.


Apesar disso, pelo que observamos, nós brasileiros que nunca desistem, têm passado por um clima de quebra de paradigmas. Explico: estamos aos poucos substituindo as culturas paternalistas do Estado, pelas dialéticas individualistas. Economicamente falando, nosso Estado tem contribuído bastante com essa quebra com atitudes como por exemplo a da queda brusca da Taxa de Juros e consequentemente com o gasto por parte dos cidadãos cada vez menor com os mesmos juros em cascata repassados. E cada vez mais estamos criando uma atitude menos solidária. Aliás papel esse que não cabe em mais nenhuma sociedade. Segundo Fabio Giambiagi, há três motivos em que a solidariedade precisa ser repensada: 1) em economia, a solidariedade se mede e tem custo; 2) há limites orçamentários para a prática dela; 3) um bom governo tem que praticar os incentivos corretos para que a economia funcione de forma mais eficiente.


Quem não gostaria de poder dar um aumento de mais que R$50,00 para a sua faxineira que alega aumento dos gastos com sua família, sua mãe a quem ela dedica cuidados? Aquela senhora que nunca contribuiu ou se preocupou no passado em contribuir com o teto do INSS para hoje ter uma renda razoavel? Ou ainda aplicou um percentual maior em poupança para quando sua renda diminuísse? Aliás de quem é esse papel minha gente…esse é o questionamento que quero que se perguntem…do Estado, da família ou dos filhos? Saibam que segundo uma pesquisa do Instituto Oxford, realizada anualmente, para os brasileiros, o cuidado na velhice é papel do Estado e de sua responsabilidade!


Portanto senhores, a solidariedade tem sim um limite, e assim como Estado, principalmente nós obedecemos a uma restrição orçamentária para tudo, e além disso nossos limites morais (e desejos para alguns). Já ouvi de tudo, desde vamos rever as bases e o Tesouro irá cobrir os déficits da Previdência Social, até uma teoria que mais me agrada de repactuação do contrato social que deveria estabelecer a relação entre Estado e cada cidadão em novas bases, por meio das quais o governo deveria dar saúde, educação e uma Justiça que funcione. Só que por exemplo, as mudanças são lentas e quando esperamos que teremos uma mudança um pouco mais significativa, temos exemplos como a Constituição de 88 que mais uma vez “deu o peixe” e não “ensinou a pescar”.


De fato, o tal custo da solidariedade no entanto tem feito algumas ações louváveis como os incentivos tributários concedidos as empresas privadas para programas sociais, educacionais, etc. São iniciativas do Estado, que parece ser o mais interessado em aditivar nosso contrato social.



OUVINDO: OH MY GOD – MARK RONSON – VERSION


PERSONA: O menino do Segundo Milagre de Frei Galvão em entrevista logo após receber a Eucaristia de Bento XVI : “Tem gosto de farinha, eu odeio!”


PENSANDO: “Courage and grace are a formidable mixture. The only place to see it is in the bullring.” – Marlene Dietrich


10.5.07

Separadas na Maternidade

Meu amigo Ricky criou esta pérola que merecia estar aqui:




7.5.07

MENTE CRIATIVA



Interessante matéia li na semana passada sobre a chamada neuroplasticidade, e ainda sobre como sobreviveremos num futuro que já vivemos cheio de realidades multifacetada, numa competitividade acirrada e na maior das individualidades: a superficialidade!


Segundo Sharon Begley a neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de remodelar-se e ainda esse é um dos principais diferenciais da nossa sobrevivência. Isso complementa uma das maiores descobertas da década passada na neurociência tratando de que o cérebro adulto não é imutável, podendo incluir novos neurônios em seu processamento e reorganizá-los no decorrer da vida.


Interessante, porque segundo a mesma matéria há 24 anos atrás uma grande psicóloga, Howard Gardner, trouxe uma teoria que ela mesma intitulou de “Five Minds For The Future”. Segundo Gardner existem cinco tipos de mentes que farão com que nós sobrevivamos ou nos destaquemos em nossos tempo: a mente disciplinada, a mente sintetizadora, a mente criadora, a mente respeitosa e a mente ética.


Explico:


DISCIPLINADA: reune o dominio de importantes áreas do conhecimento como matemática e história e ainda a aplicação destes conhecimentos na prática de uma profissão.

SINTETIZADORA: é o nosso catalogador das informações e ajuda na organização delas para nos fazermos intelegíveis para as demais pessoas.

CRIADORA: pressupõe o uso das duas primeiras, na realidade o uso de tais mentes com maestria. É o tipo de conhecimento que vai além do existente, que critica e coloca novas indagações. Formular novas indagações e respostas. É aqui que a maioria pára e enfrenta os maiores problemas.

RESPEITOSA: reage simpática e construtivamente a diferenças entre os indivíduos e grupos.

ÉTICA: atenção que deve ser dada a boas obras e boa cidadania.


E a filha do Comandando Rolim, fundador da TAM, acaba de anunciar uma nova Companhia Aérea, ressurgida de um grande estudo de caso e reanálise dos seus preceitos e guidelines. Sua linha de atuação, papel social e alvo foi repensado. A única diferença segundo sua nova administração é que os sete mandamentos da TAM continuam os mesmo e ela apenas complementou. Segue como curiosidade:


1º – Nada substitui o lucro

2º – Em busca do ótimo não se faz o bom

3º – Mais importante que o cliente é a segurança

4º – A maneira mais fácil de ganhar dinheiro é para de perder

5º – Pense muito antes de agir

6º – A humildade é fundamental

7º – Quem não tem inteligência para criar tem que ter coragem pra copiar


8º – Recuperar o “espírito de servir”

9º – Revitalizar a marca

10º – Incentivar a atitude pró-ativa e humana com os clientes



OUVINDO: Sao Paolo – Guillemots

PENSANDO: “A vida é uma terra bem mais vasta do que as vastas regiões do Brasil, onde tanto se perde sem necessidade.” Lya Luft

PERSONA: …


3.5.07

Re-back to Basics

Antes de tudo queria dizer a todos que descobri vício maior que cigarro, msn, orkut e tals...RSS! Estou usando um programa de RSS chamado GREAT NEWS e cadastrei todos os sites de notícias, economia, blogs, e inclusive podcasts...Um Luxo!


Nothing better than show upon a star in a hometown bus going back to home (Porto Alegre).

That´s wonderfull, when you spend hollidays in parent´s house. Eating, sleeping…sleeping and

eating!! kkkkkk

Show up…it´s glam time! Everybody is glancing you, that´s females dating looking…and it´s full of girls and teenagers. What am I doing? Take a chance…I´m boring face! I´m listening good electro-house music whith my phones! So please, in stead of having a bus full of handsome men…I have to face children crying and shouting….a sort of country people with their packs full of food…cooked food! What a poor styling, not mentionable! An horror!!! Wait, I didn´t said yeat the good smeling. That´s cool if I could put my Keneth Cole parfum inside the air conditioner system!!

So, all of this, just to figure how is the world today…or to show how life can be excentric. Yeap!

Escrever o que vejo na estrada…bem, são 158 km que separam Encruzilhada do Sul da capital do Estado do Rio Grande do Sul, felizmente estradas asfaltadas. Ainda lembro de uma época de estradas de chão batido, dias de chuva eram um real inferno. As conduções coletivas bastante primitivas nas primeiras viagens que fiz quando conheci este trecho, costumavam atolar e meus tios contam que normalmente se costumava pedir o auxílio dos próprios passageiros para empurrar o ônibus a fim de apressar o trajeto. Época de festas de final de ano que contassem com chuvas de verão chegava a dar dó de todos…eu desistiria, pacificamente e sem culpa!


Enfim, as paisagens mudaram muito desde aquela época. Tínhamos grandes fazendas de pecuária e monocultura. hoje temos algumas pequenas chácaras e alguns hectares de plantações frutíferas e principalmente parrerais de uvas já que, de um tempo para cá, se descobriu que o clima é bastante favorável para estas culturas. Bom para a economia da cidade, que tem se desenvolido e quando sabe aproveitar as oportunidades traz um pouco de desenvolvimento a seus cidadãos.


Lembro bastante das minhas primeiras festas nos clubes locais, era anos 80 (final), época de farta produção musical e introdução das batidas eletrônicas no ambiente nacional. Eu sonhava com um intercâmbio internacional. Queria ser um dos Barrados no Baile, procurava me dedicar para receber em troca um prêmio da oportunidade dessa troca de estilos de vida. Estudar inglês era tudo para mim. Não sei onde me perdi! Sinceramente, tinha algumas chances de me dar bem…mas acho que sonhei muito alto. Falta muito e acho que meus limites são muitos hoje! Quem ainda não se deparou com seus próprios limites que atire a primeira pedra!


Mas enfim, foi um feriado e tanto, comer, dormir, … dormir e comer!


Hoje falei com o Marcelo ao telefone, dentre outros assuntos ele ficou me mostrando muitas coisas sobre as realidades parecidas e diferentes que ele conhece nestas viagens todas que faz. Exemplificou com o fato de como surpreendeu-se quando ficou sabendo que na realidade a colonização da África do Sul era, no princípio, uma terra sem ninguem…e que os brancos foram para lá para se estabelecer, e com isso os negros reclamaram seus “direitos”. Hoje muitos vivem o contrário da segregação. Pois para muitas vagas de emprego e oportunidades não há disponibilidade para os ditos brancos. História parecida acontecer recentemente aqui perto, em SC, uma tese de uma antropóloga causou todo um alvoroço, incluindo açoes jurídicas, por um morro. Sim, um morro de terra árida e inclinada, que segundo o MST e a FUNAI, baseados nesta pesquisa acadêmica, eram de direito de uma triba do Oeste de Santa Catarina! Vejam a situação causada…os índios emigraram para o leste de SC, tomaram posse, e com o tempo e o decorrer da ação, foram morrendo de fome e de condições precárias (que não tinham em sua aldeia). Resultado: a ação ainda não foi finalizada e restaram apenas uns 10% dos anteriores invasores, que não tem como plantar nada na sua”herança”, estão trabalhando no comércio local, e muitas vezes passando fome, segundo a imprensa local.


Mas impressionante também, um outro assunto que foi tema de duas conversas no final de semana: POLÍTICA. Escrevo seguidamente aqui sobre os quadros administrativos de nossa nação e as mazelas (na maor parte das vezes). Gostaria de lembrar aqui, que na minha opinião fazer política é exercício de todo cidadão, e que apesar de não gostarmos de algumas consequências que temos de enfrentar, além de nossos deveres constitucionais, temos os sociais. E com certeza são esses papéis sociais do indivíduo em comunidade que fazem de nós participantes desse reality show com mais estrelinhas, nem que ao menos sejam estrelinhas que estão pregadas em nosso ego.


OUVINDO: Joss Stone – Bad Habbit


PERSONA: todos aqueles que fingem que acreditam! (iniciantes no modúlo 1 do FLUIDO SOCIAL)


PENSANDO: “Mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito.” Einstein


Em tempo, as fotos são de Encruzilhada, para maiores informações:

http://www.encruzilhadadosul.rs.gov.br/