14.5.07

O Contrato Social aditivado!


Meu compromisso é essencial comigo principalmente! Ontem mesmo ouvi um amigo falando para outro conhecido uma frase extremamente importante a respeito daquela busca incessante de todos nós pelo par perfeito, do conhecer e do beijar. “ Querido, seu principal caso de amor precisa e será sempre o de você com você mesmo!”. Achei divino e sublime. Um tanto óbvio, claro…porém com uma colocação fabulosa, com um roteiro e cenário perfeitos! As vezes a gente precisa ouvir essas coisas!


E por falar em óbvio, assisti neste final de semana (depois de muito relutar) HappYness Pursuit! Sabe aqueles temas pedantes e um tanto óbvios? Onde o mocinho paga o pão que o diabo, Maria Madalena, o exército israelense e o irlandes, e aquele seu pior inimigo pisotearam? Sim, mais um episódio do sucesso pelo esforço extremo, mais uma exaltação do sofrimento e do sucesso. Woody Allen fez tão bem em Match Point ao abordar a sorte até certo ponto, e com Will Smith, muito bem no papel do mocinho e seu verdadeiro filho como seu filho, as coisas são mais apelativas. Um final de semana tão feliz, e com pitadas de sofrimento…na sequência engatei Torres Gêmeas, aqui com Nicolas Cage, passam quase todo o filme enterrados, recebem a visita de um Jesus Christ Superstar segurando uma garrafa de água potável (até achei que era um filme sobre o futuro problema ambiental do Planeta Terra), e daí nem preciso dizer o final né!


Bem, o fato é que depois de tanta exaltação ao sofrimento e aos coitadinhos, lembrei de um artigo que tinha guardado aqui e que comento com vocês. Na verdade fiquei pensando em como os americanos gostam dessa coisa de sofrimento e premiação com um sucesso heróico. Já comentei aqui sobre as diferenças sociais e econômicas ocasionadas pelas diferentes formas de colonização nas Américas. As culturas exploratórias nas colônias espanholas e portuguesas e a de povoamento da América do Norte.


Apesar disso, pelo que observamos, nós brasileiros que nunca desistem, têm passado por um clima de quebra de paradigmas. Explico: estamos aos poucos substituindo as culturas paternalistas do Estado, pelas dialéticas individualistas. Economicamente falando, nosso Estado tem contribuído bastante com essa quebra com atitudes como por exemplo a da queda brusca da Taxa de Juros e consequentemente com o gasto por parte dos cidadãos cada vez menor com os mesmos juros em cascata repassados. E cada vez mais estamos criando uma atitude menos solidária. Aliás papel esse que não cabe em mais nenhuma sociedade. Segundo Fabio Giambiagi, há três motivos em que a solidariedade precisa ser repensada: 1) em economia, a solidariedade se mede e tem custo; 2) há limites orçamentários para a prática dela; 3) um bom governo tem que praticar os incentivos corretos para que a economia funcione de forma mais eficiente.


Quem não gostaria de poder dar um aumento de mais que R$50,00 para a sua faxineira que alega aumento dos gastos com sua família, sua mãe a quem ela dedica cuidados? Aquela senhora que nunca contribuiu ou se preocupou no passado em contribuir com o teto do INSS para hoje ter uma renda razoavel? Ou ainda aplicou um percentual maior em poupança para quando sua renda diminuísse? Aliás de quem é esse papel minha gente…esse é o questionamento que quero que se perguntem…do Estado, da família ou dos filhos? Saibam que segundo uma pesquisa do Instituto Oxford, realizada anualmente, para os brasileiros, o cuidado na velhice é papel do Estado e de sua responsabilidade!


Portanto senhores, a solidariedade tem sim um limite, e assim como Estado, principalmente nós obedecemos a uma restrição orçamentária para tudo, e além disso nossos limites morais (e desejos para alguns). Já ouvi de tudo, desde vamos rever as bases e o Tesouro irá cobrir os déficits da Previdência Social, até uma teoria que mais me agrada de repactuação do contrato social que deveria estabelecer a relação entre Estado e cada cidadão em novas bases, por meio das quais o governo deveria dar saúde, educação e uma Justiça que funcione. Só que por exemplo, as mudanças são lentas e quando esperamos que teremos uma mudança um pouco mais significativa, temos exemplos como a Constituição de 88 que mais uma vez “deu o peixe” e não “ensinou a pescar”.


De fato, o tal custo da solidariedade no entanto tem feito algumas ações louváveis como os incentivos tributários concedidos as empresas privadas para programas sociais, educacionais, etc. São iniciativas do Estado, que parece ser o mais interessado em aditivar nosso contrato social.



OUVINDO: OH MY GOD – MARK RONSON – VERSION


PERSONA: O menino do Segundo Milagre de Frei Galvão em entrevista logo após receber a Eucaristia de Bento XVI : “Tem gosto de farinha, eu odeio!”


PENSANDO: “Courage and grace are a formidable mixture. The only place to see it is in the bullring.” – Marlene Dietrich


1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Andy, que bom que te inspiro vez que outra... ótimo post. Bjs.

10:31 PM  

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