22.1.08

Equilíbrio: Fio do desejo



O quanto de nós é parte racional e o quanto de nós é parte emocional? Fluidos sociais à parte, minha vida é cheia de expectativas. Desejos que me movem...e ainda tem a tal fragilidade do cotidiano. Era uma vez, mais uma vez, e outra vez Theodore vai à discoteca!


Não consigo ser completamente objetivo e racional. Sou quase que inteiramente subjetivo, emocional, apaixonado. Bem verdade que experimento as terras arenosas, mas os buracos da praia me dão medo, então eu me refugio em minhas fantasias pra não encarar a realidade.

Toda vez que vou à praia não passo protetor, ou melhor, não tenho passado. De cara limpa tenho pensado que vou me bronzear, mas acabo por me queimar...será que não dá mais pra se expor no litoral? Será que não dá mais pra nadar sem bóia? E eu que só fui ao fundo uma única vez e abandonei! Agora só penso em estar lá, mas os buracos me assustam.


Comprei um mapa cartográfico do fundo desse mar pra saber onde estão os buracos, vem até com um guia e umas pilulas! Dou bastante risadas nestas minhas tentativas. O interessante é que o mar que estou nadando é misterioso, é maior que eu, me conduz, mesmo que eu lute contra ele. Ele sabe que eu tenho que chegar no fundo...na verdade eu sinto que ele me quer por lá...mas quer que eu não espalhe muita água! Curioso!
Dentro dele, meu desejo aumenta...molho os pés com sua água quente, e meu desejo aumenta. Toda vez que uma onda quebra aos meus pés, ele mantém meu equilíbrio.

É o fio do desejo que alimenta minha vida, mas eu caio em seguida num buraco, e começo a pensar que o mar é meu inimigo. Acho que é por isso que sempre tive medo de água!


OUVINDO: Air - Mayfair Song

LENDO: Demian - Hermann Hesse


PENSANDO: "O que eu sinto, eu não ajo. O que ajo, não penso. O que penso, não sinto. Do que sei, sou ignorante. Do que sinto, não ignoro. Não me entendo e ajo como se me entendesse" - Clarice Lispector