11.11.07

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Faz tempo que ando querendo me arriscar a escrever sobre a cruzada de seis anos das Forças Americanas na guerra do Iraque. Talvez depois de um final de semana bem depressivo, depois de algumas leituras, depois de assistir a “Lions for Lambs” tomei coragem. Não escrevo para desinformados e sucintamente explicito algumas conclusões e impressões.

Em primeiro lugar não sou americano, poderiam pensar: o que eu tenho com isso?? Com toda essa globalização, muito do que lemos, vemos ou ouvimos pode ser usado, em primeiro plano, a complementar nossos conceitos e ajudar a agregar conteúdo às nossas opiniões verbalizadas. Esse é um caminho que valorizo! Portanto a mídia é nossa ferramenta. A mídia americana é como qualquer outra: cheia de grandes talentos, mas corporativa! Por conseguinte, voltada para o resultado. O mundo ideal de qualquer sociólogo, filósofo, pensador, … idealista, na minha opinião, não tem lugar nas grandes corporações de comunicação, na Europa, nos EUA ou até mesmo em Porto Alegre. Qualquer láurea recebida por um veículo de comunicação é resultado de um processo de trabalho em equipe muito bem articulado e que não é particularizado no mundo do escritor, produtor, etc., salvo raríssimas exceções. Teoricamente esta corporação, como qualquer organismo, reflete os desejos e demandas da comunidade a que se presta o consumo dela. É um poderoso catalisador que pode empurrar idéias, construir o bom-senso do amanhã ou se utilizar de manipulação para parcializar intenções em prol de interesses. Após o 11 de Setembro, uma sociedade amedrontada pelo perigo de um ataque externo e aéreo, viu-se apavorada com uma situação até então nunca prevista em seus precedentes criminais. Não bastavam mais condomínios fechados, muros altos, seguranças armados, vigilância monitorada se seus próprios aviões podiam vir pelo ar!! Como iremos punir estes crimes? Quem são os culpados? Quem é o culpado?

As Forças Armadas ainda não o encontraram, e já mataram mais de 3 mil de seus cidadãos! De americanos sem informação suficiente, que se motivam pelas bandeiras tremulantes nas imagens da tv americana de um ataque nunca antes vivenciado e pela ameaça de extermínio de sua cultura “superior”. Após todo este período, o povo se vê em um dilema, como conseguiremos lavar o crime por um julgamento de um culpado “muito esperto” que não se deixa encontrar!

Increvelmente como mostra o filme “Lions for Lambs” do diretor Robert Redford e produzido pelo novo estúdio comandado pelo ex Paramount e agora United Artists Tom Cruise, a mídia americana agora está pedindo a volta das tropas americanas e a retirada de todo um exército fragilizado mas muito equipado e tecnologicamente capaz que não consegue ganhar a batalha. Que paradoxo, o veneno e o contra-veneno!!!

A ingerência americana não está funcionando neste caso, como em tantos outros quando relatórios e mais relatórios provam a ineficiência dos esforços americanos, quando nações não reconhecem estas lutas infindáveis sem resultados!

Todo um investimento direcionado para a presença americana no Oriente Médio em detrimento de investimentos internos ou em tantos outros programas sociais e educacionais que serviriam para construirmos uma sociedade melhor. Como estou sendo idealista, porém não ingênuo. Quando situações como a Guerra em Darfur, na África não se sustenta porque um país não tem fundos financeiros para realizar mudanças fundamentais em sua sociedade e apesar de análises da ONU para os países que poderiam financiar tais projetos não o fazem (como no caso dos EUA), conseguimos provar que nestes problemas reais, sem desenvolvimento não há paz! Há três razões segundo Jeffrey Sachs para dar dignidade a um povo em guerra: pobreza extrema que tem diversos efeitos sobre os conflitos, induzindo determinados segmentos da população ao desespero. Em segundo lugar, o governo perde a legitimidade e o apoio de seus cidadãos e em terceiro e último o mesmo governo pode ser apropriado por uma ou outra facção, e então usar meios violentos para eliminar adversários. Como disse por tras de um esforço louvável de ONG´s e a própria ONU existe todo um objetivo de suceder esses conflitos por oportunidades de crescimento nestes países desolados pelos conflitos se reerguendo através de investimentos de multinacionais internacionais que lucram com isso, essa é a regra do jogo! Jogue-se ou sucumba!

Enquanto isso a personagem de Merryl Streep no filme diz sobre os políticos republicanos: “Says the man in the ar-conditioned room!”.

PERSONA: Edith Piaf – por simplesmente ter vivido, por sua voz, pela pessoa nem boa nem ruim! (conheci um pouco de sua história no filme PIAF que está nas salas de cinema aqui em Porto Alegre)

PENSANDO: ‘PERCEBEMOS ESTARMOS ADULTOS QUANDO SENTIMOS O PESO DE 12 OU MAIS DECISÕES QUE TOMAMOS NO PASSADO, QUANDO NEM SABIAMOS O QUE DECIDIR!” – A personagem de Robert Redford no filme “Lions for Lamps”

OUVINDO: Garish – “Noch auf See” – Absender auf Achse (2006)

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