8.9.07

Reflorestamento



Volto de um feriado na casa do meus pais. Como é bom recarregar as energias junto daqueles que te amam incondicionalmente. Realmente acho que andava, de alguma forma perdido na paixão pela vida. No auge dos meus 28 anos já estou mais do que me deparando com a falência da juventude e não tenho maturidade para crer fortemente que isso está na nossa mente, mas sei que isso virá com o tempo. É tempo de se organizar, é tempo de resgatar os valores nostálgicos que ainda não possíveis, porque isso realmente consegue me dar a segurança para continuar com tesão de concretizar sonhos. Acho que no final do ano passado me envolvi em uma vibe do “menos é mais”; se lembrar comecei mais ou menos na época dos primeiros posts de moda, e aos poucos fui me dando conta de que minha energia precisa de estabilizar antes de que eu alcance meus limites. Já testei isso com a noite e seus adendos, com os amigos, ainda precisa melhorar um pouco no trabalho, e preciso agora me aventurar nos estudos, nas leituras, e no sustento voltado para o futuro.

Me dei conta e aprendi este ano que as mudanças verdadeiras acontecem lentamente. Não somos nós que as fazemos. As verdadeiras e prazeirosas acontecem como num reflorestamento. Onde as mudas mais jovens surgem das situações adequadas ao nosso tempo, daquelas que vão acontecendo diariamente e que não são provocadas por nossa ansiedade, por nossos desejos egocêntricos e pela nossa falta de controle emocional. Quando aprendemos a deixar tudo fluir, cada coisa vem ao seu tempo. O fato é que para isso acontecer é preciso ter o mínimo de paciência, o que eu admito não é muito o meu forte. Quando eu me exponho demais, sempre acontece uma exaustiva luta contra o natural ou o que deveria ser o adequado socialmente (é claro que tenho a consciência de que em parte isso pode ser uma convenção, mas de fato como já mencionei anteriormente é para isso e disso depende nossa sobrevivência). O resultado disso normalmente é uma vitória desgastante mas superficial e que não produz concretas mudanças e sim uma momentânea sensação de prazer que logo é desmontada pelo desgaste já mencionado. À medida que as mudas que surgem são bem tratadas e adequadas elas vão criando raízes e sustentando os conceitos. Então vejo que não basta ter o discernimento do que é “em tempo” como também proporcionar o ambiente adequado para que as mudas se desenvolvam a contento.

É nesse contexto que estou atualmente, vou precisar cuidar do meu reflorestamento. Para me cuidar e me dar de presente um futuro melhor. Quero raizes suficientemente coesas e fortes para sustentar meus galhos, uma copa vistosa e cheia de folhas e flores, galhos bem saudáveis para amparar a coletividade, o amor e a amizade dos mais próximos, um caule igualmente resistente para resistir às tempestades.

Normalmente escrevo com mais frequência e gosto mais do que produzo nas minhas épocas introspectivas, por isso que ando escrevendo menos e com menos cronologia e sequência.

Tudo é muito cômodo quando as coisas vão bem, lutar contra o que não tem volta, tentativas frustadas de relacionamento (ou no meu caso boicote constante), funções não tão nobres do trabalho, esse é um resumo do meu primeiro semestre e os fatos mais relevantes. Em compensação descobri novos amigos, e alguns mais íntimos. Descobri a cumplicidade de meus irmãos que talvez tenha sido o fato mais relevante e importante até agora. Nesse feriado ouvi uma frase de uma amiga ao se referir a um ensinamento do seu falecido pai: “Nunca tenha medo de nada!!”. E realmente essa é a pior falência para as pessoas e para a sociedade. É nessa via que trafega a sociedade. Minha mãe complementou com: “O fato de ter medo para mim está ligado a eu ter certeza do que faço. Quando, como agora, tenho o conhecimento para executar algo não êxito em tomar certa atitude, ainda que respeitosa, me posicionando.”. Vejo isso como um bom reflorestamento, quem tem raizes boas e realiza o manejo correto não teme, apenas respeita!! Mas se posiciona.

Tenho que domar minha vaidade, isso esta me tornando fraco!

OUVINDO: If you could read my mind – Amber – Studio 54 (Original Soundtrack from the Motion Picture)

LENDO: THE LINE OF BEAUTY – ALLAN

PERSONA: Não possa deixar de citar minha ícone do blog: nossa amada Dona Mariza que neste feriado de independência pousou para os fotógrafos na residência oficial fazendo poses de passarela e biquinho! Excentricidades a parte ela cada vez, em matéria de Botox, está ficando parecida com Martha Suplicy. E minha gente quem disse que é preciso usar cores da bandeira brasileira? As fotos não me deixam mentir! Publicadas na ZH de hoje!! Afff!!

RECOMENDO: THE LINE OF BEAUTY – Mini Série da BBC em três capítulos baseada no livro que estou lendo.

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